Simpósio explora manejo, gestão e planejamento de questões e crises ambientais
24 de setembro de 2015
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A abertura do evento aconteceu no Anfiteatro Jorge Caron com a presença do assessor administrativo da EESC, Edmundo Escrivão Filho, representando o diretor da Escola, Paulo Sergio Varoto, do coordenador do PPG-SEA, Frederico Fabio Mauad, do diretor do Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais (CRHEA), Francisco Arthur da Silva Vecchia, e do represente discente da comissão organizadora, Diego Correia, que compuseram a mesa.

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Na oportunidade Escrivão parabenizou todos os professores, funcionários e alunos do Programa por mais uma edição do evento e desejou aos participantes um simpósio muito proveitoso. “É com muita satisfação e reconhecimento que a Diretoria da EESC apoia esse simpósio e todo trabalho desenvolvido”, afirmou.

 

O encontro, organizado e desenvolvido por docentes e alunos do PPG-SEA, é um dos mais importantes espaços de debate, aprendizado, parcerias e troca de experiências entre instituições. Nessa edição o simpósio foi intitulado Desafios e Perspectivas na Gestão de Crises Ambientais e teve como objetivo expandir a internacionalização do programa, contando com uma palestra, seis mesas-redondas, 11 sessões de comunicação com mais de 60 apresentações orais e pôsteres, além de convidados especialistas de âmbito nacional e internacional em diferentes áreas.

 

Mauad afirmou que o simpósio é o resultado do trabalho e da dedicação entre docentes e discentes e abordou um pouco da história do PPG-SEA, que é oferecido pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS) da EESC e possui diversas linhas de pesquisa. “Essa edição tem um conteúdo programático muito enriquecedor, proveniente das principais questões estudadas no Programa ao longo de seus 26 anos”, salientou o professor.

 

Sobre as atividades do CHREA, Vecchia ressaltou que juntamente com a Diretoria da EESC estão sendo mantidos esforços e contornadas questões na área de fomento de pesquisas para que a excelência do programa e da formação dos alunos seja preservada.  “Mesmo na dificuldade, conseguimos seguir com a nossa missão e manter toda a infraestrutura que dá suporte ao programa de pós-graduação, para assim atender todas as demandas dos núcleos do Centro”, comentou.

 

A programação foi minuciosamente elaborada para que os participantes tivessem a percepção das recentes questões ambientais do Brasil no que diz respeito à sustentabilidade, crise hídrica, energias renováveis entre outras demandas socioambientais e conhecerem também exemplos de superação locais e outros países. Ministrada pelo professor da Universidade de Michigan, José Alfaro, e pelo diretor-presidente da Agência das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Sergio Razera, tendo como mediador o professor do SHS, Tadeu Fabricio Malheiros, a mesa-redonda intitulada "Crise e transformação – lições da avaliação da sustentabilidade" foi das umas apresentações que explorou problemáticas e soluções.

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Razera iniciou a apresentação abordando as questões e os aprendizados com a recente crise hídrica, que requisitou uma captação maior de água das bacias PCJ para abastecer o sistema Cantareira, na Grande São Paulo. Em pouco tempo, a estiagem causou um desiquilíbrio fazendo com que o Comitê do PCJ repensasse o planejamento de abastecimento e áreas atendidas. “Vimos que nossa estrutura não era suficiente para comportar a crise. Acreditávamos que, mesmo com a falta água, os níveis dos reservatórios se manteriam controlados. No final, os resultados da crise foram negativos tanto para Região da Grande São Paulo, quanto para a Bacia”, explicou.

 

Tradicionalmente, o Comitê investia nas obras de novos reservatórios para a captação e o armazenamento de água, porém os altos gastos e a execução em longo prazo fizeram com que o órgão optasse na estratégia de aumentar os esforços em ações para reduzir perdas do sistema de abastecimento – que representam cerca de 20% do desperdício de água – e em sistemas de reúso. Ele ainda destacou o papel fundamental da universidade em pesquisar e desenvolver tecnologias para o controle de perda e implantação do reúso, além de projetos de extensão em campo. “No futuro vamos depender menos de grandes obras e investir mais nas ações de baixo custo e com mais beneficio socioambiental”, definiu o diretor-presidente.

 

eesc simposio ppgsea 01 siteEm seguida, o professor Alfaro apresentou um projeto de geração de energia desenvolvido na Libéria, na África, onde apenas 2% da população tem acesso à eletricidade. Com os estudos produzidos junto com o ECOWAS Centre for Renewable Energy and Energy Efficiency, o desejo é atender 50% da população até 2050. Apesar da maioria dos liberianos viver em áreas rurais, atualmente o governo vem investindo em um sistema fóssil, em maior parte para extração de diesel e petróleo, e em menor escala para geração de energia elétrica distribuída principalmente na área urbana.

 

Portanto o objetivo do estudo é desenvolver um modelo que sirva como tomador de decisão para o governo e ofereça opções de como investir em um sistema renovável por meio dos demais recursos solar, hídrico e biomassa. “Com isso, o sistema ajudará a ver os custos e os benefícios na geração de empregos e na economia do país, além do percentual em que cada recurso poderá ser explorado”, comentou Alfaro. O projeto envolve alunos de graduação, pós-graduação e docentes da Universidade de Michigan.

 

Os estudos já foram finalizados e as ferramentas de aplicação serão usadas de maneira conjunta e interativa entre todos os agentes que fazem parte do sistema de energia renovável do governo da Libéria.

 

A programação teve continuidade longo dos quatro dias com participação assídua e interativa do público e dos palestrantes, confirmando assim para os organizadores o sucesso do evento. No encerramento, Correia não deixou de agradecer e também de comentar a satisfação em realizar o simpósio. “É com alegria que celebramos o fruto do esforço de 23 alunos que formaram a comissão organizadora e que buscaram manter o objetivo da edição anterior em integrar as diferentes áreas de pesquisas do Centro. Ressalto que todo planejamento e execução do simpósio só foi possível pelo apoio institucional da coordenação do PPG-SEA, direção do CHREA e da EESC, além do apoio de docentes, palestrantes, parceiros e técnicos”, disse.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESCFotos: Keite Marques e Paulo Fernando de Luccas

 

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