EESC é destaque em principal evento científico de engenharia mecânica da América Latina
04 de fevereiro de 2016
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O reconhecimento veio por meio do trabalho Estudo Experimental e Modelagem do Escoamento de Emulsão Inversa em Tubulações, vencedor na categoria de Melhor Tese de Doutorado, sob a autoria da aluna Iara Hernandez Rodriguez, na época vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, e orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) da EESC, Oscar Mauricio Hernandez Rodriguez, também premiado. A tese ainda contou com a coorientação do professor do mesmo departamento, Paulo Seleghim Júnior.

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O COBEM é o principal evento científico da América Latina que abrange todas as áreas de atuação das ciências e engenharia mecânicas. Realizado a cada dois anos, conta atualmente com a participação aproximada de mil pessoas e cerca de 800 trabalhos publicados nos anais.

 

A Escola também foi reconhecida pela ABCM por seu apoio acadêmico e administrativo ao ensino e pesquisa por meio da entrega de um certificado, no dia 5 de fevereiro, ao diretor da unidade, professor Paulo Sergio Varoto. “Esse prêmio é muito importante por sua relevância nacional. Foram mais de 70 teses e dissertações submetidas à associação, e nós nos destacamos entre todos”, ressaltou Rodriguez.

 

De acordo com Iara, o recebimento do prêmio foi muito gratificante e motivo de imensa satisfação porque representa o reconhecimento de um trabalho feito com muito empenho e dedicação. “Esse prêmio foi uma grande conquista e a consolidação de um trabalho de pesquisa, que veio não apenas do meu esforço pessoal, mas também do trabalho coletivo de uma equipe. Serei sempre grata a todos. É um grande estímulo para continuar trabalhando, pois nos indica que estamos no caminho certo”, afirmou a pesquisadora.

 

eesc premio abcm iara  2 siteO trabalho abrangeu as áreas de mecânica dos fluídos aplicada e escoamento multifásico e teve como motivação a aplicação na indústria de petróleo. O foco foram os poços injetores de água utilizados no processo de recuperação, que ocorre quando os reservatórios ficam mais vazios e existe dificuldade em extrair o óleo que ainda resta no fundo.  A pressão da água colabora com o processo, pois aumenta a pressão dos reservatórios e permite a remoção do petróleo mais escasso.

 

“O problema é que a água acaba encontrando o caminho do poço e sobe junto com o óleo e o gás. Quando a proporção da água é maior, e o petróleo escoa disperso, denomina-se a emulsão inversa. No escoamento convencional o volume é de 10% de água emulsionada em 90% de óleo”, explicou Rodriguez.

 

O estímulo para a tese também foi aguçado por uma observação curiosa: quando o óleo está disperso em água na forma de gotículas, a energia necessária para transportar o volume é maior do que aquela utilizada no transporte de água pura em condições semelhantes, ou seja, na mesma tubulação, com a mesma vazão e levando o mesmo tempo. Para o orientador, apesar da existência de várias pesquisas na área, a abordagem adotada pode ter sido o diferencial do trabalho na visão dos avaliadores.

 

A aplicação envolveu um desenvolvimento matemático de equações para prever e compreender o comportamento do escoamento, além de modelagem, simulação numérica computacional e realização de experimentos para estudar o fenômeno, com ensaios no Brasil e no exterior. Além disso, foi desenvolvido um tomógrafo – que inclusive está em processo de patenteamento – para analisar o escoamento multifásico na tubulação.

 

Ao fim do trabalho foi possível compreender e modelar o fenômeno de redução de rastro (a perda de energia) de escoamento em tubulação, o que permitiu otimizar o processo de transporte e a perda de energia envolvida, reduzindo, consequentemente, custos e tempo.

 

“A tese reuniu muitas técnicas de pesquisa para chegar à conclusão final. Além disso, o trabalho já recebeu mais de 25 citações, um número significativo considerando o pouco tempo de conclusão de estudo”, comentou o orientador.

 

Com o prêmio em mãos, o docente não deixou de ressaltar os recursos humanos e de equipamentos da EESC, imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão do trabalho. Além disso, Rodriguez ainda destacou o apoio administrativo que está à disposição dos professores e pesquisadores para solução de problemas e fornecimento de insumos aos laboratórios.

 

“Sem a infraestrutura e os técnicos de laboratório para a geração dos dados experimentais, não teríamos nem condições de observar o fenômeno, gerando toda a curiosidade que levou à tese de doutorado. Temos uma infraestrutura invejável, que se encontra em pouquíssimos lugares”, salientou.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC Fotos: Divulgação


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