Evento internacional na EESC-USP discutiu pesquisas e aplicações de materiais compósitos em estruturas aeronáuticas
21 de dezembro de 2015
Assessoria de Comunicação

O setor aeronáutico é um dos cenários que mais demanda inovações e engenheiros capacitados na área de estruturas aeronáuticas e aeroespaciais fabricadas a partir de materiais compósitos nos aspectos relacionados com análise experimental, simulações computacionais, estruturas inteligentes, fabricação e biocompósitos.

Com o objetivo de apresentar e discutir as pesquisas, avanços e perspectivas nesse campo, a Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP) sediou o "Meeting on Aeronautical Composite Materials and Structures (MACMS)", nos dias 3 e 4 de dezembro, no Centro de Tecnologia Educacional para Engenharia (CETEPE).

O evento foi organizado pelo Grupo de Estruturas Aeronáuticas, coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola, Volnei Tita, em cooperação com o professor catedrático do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Porto (UP), de Portugal, Antonio Ferreira.

“Na aeronáutica existe uma grande demanda por esses novos materiais por serem mais leves e resistentes do que os utilizados atualmente. Em tese é possível fazer um avião com a metade de peso, porém ainda há o grande desafio de prever o comportamento dos materiais compósitos para certificarmos sua segurança”, explicou Tita.

A colaboração de Ferreira, que também é o atual editor chefe da revista Composite Structures, iniciou após a aprovação de um projeto de cooperação entre a instituição brasileira e a portuguesa, submetido por Tita e outro professor da UP, Rui Miranda Guedes. “Ferreira é um pesquisador expoente na área. Foi uma grande felicidade o ter conhecido e também ter visto sua reciprocidade ao aceitar o convite, colaborar e fortalecer o evento com sua presença”, salientou Tita.

O professor português comentou que o evento é muito importante, pois embora os problemas sejam os mesmos, as prioridades da academia e da indústria são diferentes no que diz a respeito ao tempo: enquanto aquela trabalha em longo prazo, esta precisa das tecnologias com urgência. Para ele, o encontro foca a atenção total dos participantes para obter mais conhecimento e contribuição, a fim de aproximar e refinar todas as filosofias de trabalho.

“Aos poucos as pesquisas produzidas na universidade vão sendo testadas na indústria, porém o principal empecilho é que qualquer produto industrial precisa da certificação de segurança para ser usado. Portanto quanto mais cedo a indústria começar a colaborar com a universidade, mais cedo os produtos chegarão às entidades de certificação, e em pouco tempo para a indústria e o mercado”, ressaltou Ferreira.

Estiveram presentes também no MACMS profissionais do cenário nacional e internacional aeronáutico com destaque para a pesquisadora da Airbus Group Innovations da França, Ana Cristina Galucio, que mostrou a dificuldade da empresa em prever o comportamento dos materiais compósitos. O professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Edgar Dutra Zanotto, apresentou os materiais vitrocerâmicos e a possibilidade de no futuro aplicá-los nas estruturas aeronáuticas. Da Delft University of Technology, da Holanda, a professora Sofia Teixeira de Freitas falou um pouco do contato próximo e suas experiências com a indústria aeronáutica, e por fim, da UP, o professor Lucas Filipe Martins da Silva comentou sobre suas pesquisas em juntas coladas para materiais compósitos.

Além das palestras, 34 trabalhos de pesquisa foram apresentados por professores e pesquisadores de diversas instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” (UNESP), Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA), Universidad de la Habana, Instituto Tecnológico de Monterrey, University of California, PETROBRAS, Embraer S.A, entre muitas outras.

“De fato o evento atingiu seu objetivo com um nível elevado tanto na área acadêmica de pesquisa como a aplicada de desenvolvimento tecnológico dentro da indústria. Nossa ideia é que o MACMS seja realizado a cada dois anos e se torne um fórum de discussões para as novas perspectivas e possibilidades da área”, concluiu Tita.

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP

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