Capitalismo consciente na universidade: Um novo aprendizado para relação econômica
13 de junho de 2016
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Em 2015, o grupo Capitalismo Consciente Universidades foi criado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP para discutir essas questões e, como parte de suas ações, no último dia 31 de maio, realizou a palestra Capitalismo Consciente: Como gerar prosperidade de forma humanizada. Ministrado por Eckschmidt, o evento lotou o Anfiteatro Jorge Caron da Escola com participantes da comunidade interna e externa da USP.

 

O grupo da EESC foi formado por iniciativa do aluno do curso de Engenharia de Produção, Alisson Gazzola Pereira, e com o apoio do professor do Departamento de Engenharia de Produção (SEP), Mateus Cecilio Gerolamo. Segundo o docente, é muito importante que os alunos tenham a definição do capitalismo consciente em mente. "Isso pode auxiliá-los a escolher melhor os seus futuros empregos e a difundir essas propostas nas empresas nas quais irão trabalhar. Além disso, como futuros líderes poderão aplicar os conceitos na construção de um mundo melhor através de empresas mais conscientes e humanizadas", salientou Gerolamo.

 

Aos poucos o assunto vem sendo apresentado e o modelo, já adotado por empresas de diferente porte – inclusive multinacionais –, promove mudança nos paradigmas. "No capitalismo tradicional o foco é o acionista e a geração de lucro. Já no consciente o lucro existe, porém não como prioridade. A empresa precisa de lucros para sobreviver, mas nem por isso ela precisa viver focada na produção de lucro", explicou Eckschmidt.

 

O diretor do ICCB também destacou os princípios desse novo conceito: liderança consciente, propósito elevado, orientação a todos os envolvidos ('stakeholders') e cultura consciente. A liderança consciente pressupõe a existência de um líder motivado, aberto e autêntico, que promove a transformação da organização. "Ele não força a ser seguido por pagar o salário, mas é a pessoa que inspira a ser seguido", definiu.

 

O propósito elevado desloca o objetivo da empresa que visa apenas lucro e passa a considerar seu valor social. "Cada um dos atores de um ecossistema empresarial de negócio tem interesses diferentes dentro do sistema social visando ao lucro, por isso a missão do líder motivado é ter um propósito maior que vai além da geração de lucro, e sim focando na valorização da sociedade com um todo", explicou Eckschmidt.

 

O princípio da orientação para todos os envolvidos – colaboradores, consumidores, comunidade, governo e investidores – foca em todo o ecossistema de negócios, criando e aperfeiçoando valores para todos os seus 'stakeholders', entendendo que ao serem fortes e engajados conduzem um negócio saudável, sustentável e resiliente. Por fim, a cultura consciente propõe que esses valores sejam claros e que todos compartilhem do mesmo propósito, em um ambiente de confiança e respeito.

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"O comportamento coletivo favorece o negócio e é a única coisa que nenhuma empresa consegue copiar. Uma empresa consegue copiar o produto, a loja, o canal de distribuição, praticamente tudo, porém a única coisa que não consegue copiar é o comportamento individual, muito menos o coletivo", comentou o diretor.

 

Eckschmidt ainda explicou que o trabalho do ICCB está focado em três frentes: conscientização, "não existe outra forma de fazer negócio"; inspiração, "olhando histórias reais de empresas brasileiras e internacionais que fazem na prática formas diferenciadas de negócios"; e educação, "ensinar nas universidades a importância da empresa não é gerar lucro, e sim gerar valor para sociedade".

 

Ainda de acordo com o diretor, a partir do momento em que o movimento começa a chamar a atenção dos estudantes, passa a ter fomento a discussão dentro das universidades para preparar novos lideres, empresas, startups e empreendedores com esse modelo mental.

 

Para o criador do grupo, os futuros engenheiros serão os futuros líderes e agentes de mudança." É importante que os engenheiros pensem em aspectos complementares aos conhecimentos técnicos da engenharia, não simplesmente pela exigência de mercado, mas pensando que isso pode gerar impactos muito positivos na cultura organizacional e na produtividade da empresa", comentou Pereira.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC

Fotos: Keite Marques

 

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