Disciplina desafia alunos a criarem novo conceito de instrumento odontológico
22 de junho de 2015
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Os alunos foram convidados a desenvolver um novo conceito de fórceps odontológico, também conhecido como boticão, que é um instrumento cirúrgico utilizado por dentistas na extração de dentes e de suas raízes. A desvantagem atual dessa ferramenta é a maneira não ergonômica em que os dentistas trabalham, causando dores no pescoço, ombros e braço, e foi exatamente esse aspecto que o desafio propôs aperfeiçoar.

 

O evento ocorreu no Anfiteatro Jorge Caron da EESC e contou com a presença de professores da Escola e representantes da empresa Quinelato, umas das fabricantes atuais do fórceps, além de pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de Araraquara, que acompanharam todo o processo de desenvolvimento do projeto e dos protótipos. Antes dos grupos iniciarem as apresentações, a professora Janaina introduziu ao público a proposta da disciplina e do desafio.

 

“De maneira geral a ergonomia visa otimizar a interação do ser humano com um sistema qualquer. Costuma-se dizer que a máquina deve se adaptar ao homem, ao invés do contrário. O objetivo específico da disciplina é fazer com que os discentes entendam e sejam capazes de aplicar os conceitos na prática, seja no posto de trabalho ou na criação de um produto”, explicou a docente.

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Janaina ainda ressaltou que a disciplina foi usada para colocar os alunos mais próximos da realidade que vão enfrentar depois de formados, cujo ambiente exige um pensamento lógico, criativo e crítico. “A ideia foi criar um desafio no qual teriam a oportunidade de usar todo o conteúdo teórico da disciplina em um projeto real, e ver como às vezes é difícil implantar a teoria, mas ao mesmo tempo o domínio dessa teoria pode os empoderar”, destacou.

 

Para a aplicação foi utilizada uma abordagem de design centrado no usuário – que tem a percepção do cliente como embasamento das decisões realizadas durante o desenvolvimento do produto ­– para elaboração dos conceitos. Os alunos foram até Araraquara para observar os dentistas utilizando os fórceps. Posteriormente criaram protótipos a partir de conceitos que acreditavam atender às necessidades dos profissionais, os quais puderam testar os equipamentos desenvolvidos, buscando avaliar as ideias e melhorias.

 

Foram formadas seis equipes com até sete membros, três responsáveis por desenvolver um fórceps para os dentes da mandíbula (parte inferior da arcada dentária) e três para os da maxila (parte superior). Após a realização do ‘pitch’ dos alunos – uma apresentação rápida que mostra as principais ideias para um produto – foram escolhidos os três projetos de mais destaque, e posteriormente foi premiado o melhor de todos.

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A solução que foi escolhida é bastante diferente do equipamento atual, já que para torná-lo mais ergonômico foi necessário reinventá-lo. A aluna Caroline Candido, integrante da equipe vencedora, explicou que atualmente o dentista precisa de um estojo com aproximadamente 15 fórceps diferentes para extrair todos os tipos de dentes. A ideia apresentada oferece ao profissional um conjunto com apenas um cabo principal, disponível em três tamanhos para se adequar melhor à proporção da mão, e um conjunto de seis pontas ativas que podem ser alternadas o suficiente para que ele realize a extração de todos os dentes. “Além desses diferenciais, a nossa solução cumpre também com o requisito principal do desafio, que é permitir que o dentista realize as extrações utilizando o fórceps em uma posição ergonômica e confortável, evitando as dores hoje tão frequentes”, comentou a estudante.

 

Caroline ainda destacou que a proposta da disciplina superou todas as expectativas, “quando tivemos o primeiro contato com o fórceps atual, parecia algo muito distante pensar em uma solução mais ergonômica factível. Aos poucos essa incerteza foi dando lugar às ideias e, através de um processo de criação adaptado da metodologia e todo o conteúdo ministrado, nosso grupo conseguiu passar pelas difíceis e essenciais etapas até chegar à refinação da solução”, comentou.

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O diretor de operações da empresa Quinelato, Tiago Piovesan, comentou que se surpreendeu com a quantidade de novos conceitos que surgiram dos estudantes. “Neste ponto foi muito interessante o contato com a universidade, representada pelos alunos, que pensaram de uma maneira bastante inovadora, oferecendo uma troca de experiência muito forte que superou nossas expectativas”, destacou.

 

Ao final das apresentações, Piovesan comentou sobre as análises que serão feitas das novas ideias para verificar se há interesse industrial. “Vamos fazer uma avaliação de mercado em cima das opções que foram geradas. Já que temos os conceitos levantados, agora precisamos detalhar e entender o potencial de mercado que eles têm, além da viabilidade de manufatura e o custo de produção para tornar um produto comercial”, explicou o diretor.

 

Janaina não deixou de agradecer o apoio do coordenador da Comissão de Coordenação de Curso do SEP, professor Daniel Capaldo Amaral. “Ele me ajudou muito em tudo o que precisei e serviu também como meu mentor. Sem sua colaboração a disciplina não teria o sucesso que teve”, enfatizou. Também reconheceu o importante papel do chefe do SEP, professor Luiz Cesar Carpinetti, que ajudou muito com os espaços de trabalho para os alunos. “Conseguimos criar dois ambientes de trabalho: o laboratório de protótipos e uma sala de reunião de projetos. Sem esses ambientes seria difícil o desenvolvimento da atividade”, finalizou.

 

Além disso, a professora estendeu os agradecimentos aos monitores da disciplina, estudantes de pós-graduação da EESC, Daniel Guzzo, Carina Campese e Alex Bottene que colaboraram em sala de aula durante o desenvolvimento dos projetos dos grupos, tirando as dúvidas teóricas e no uso das impressoras.

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Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC

Fotos: Keite Marques

 

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