Quarto comunicado do Reitor à comunidade acadêmica (23/3)
23 de março de 2020
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Com o decreto de estado de calamidade pública em São Paulo e de quarentena a partir de amanhã, compete à USP seguir as determinações das autoridades sanitárias e restringir ainda mais as nossas atividades.

Prezadas(os) colegas,

Inicialmente quero agradecer a toda comunidade universitária pela intensa colaboração para que as atividades essenciais da USP, inclusive as de ensino, não sejam paralisadas e possamos colaborar com a sociedade neste momento tão difícil.

Vários servidores se mantêm em seus postos de trabalho, apoiados por um exército de colegas atuando em teletrabalho. A maioria dos docentes, além de manter, da melhor maneira possível, as suas pesquisas e as que envolvem seus alunos, ainda estão garantindo as atividades didáticas.

Também é exemplar a atuação dos alunos, que mesmo tendo dificuldades logísticas, estão superando os obstáculos por meio de mútua cooperação e participando das atividades de ensino extraclasse e ainda dispostos a colaborar na realização dos testes laboratoriais da Covid-19 como voluntários.

Com o decreto de estado de calamidade pública em São Paulo, na sexta-feira, e de quarentena a partir de terça-feira, dia 24 de março, compete à USP seguir as determinações das autoridades sanitárias e restringir ainda mais as nossas atividades.

Hoje, dia 23/03, cerca de quatro mil servidores técnicos e administrativos estão em atividade presencial, não simultânea. Deve-se lembrar de que cerca de 2.400 deles estão em atividades de atendimento de saúde e outros 400 na área de segurança, atividades estas que não podem ser paralisadas.

Os demais colegas em atividades presenciais estão envolvidos com apoio aos estudantes que ainda estão nas residências estudantis; com pesquisas direta ou indiretamente (desenvolvimento de respiradores e máscaras) ligadas ao estudo do Covid-19 e combate à pandemia; nos 18 laboratórios que estão se adequando para realizar os exames da doença; nas pesquisas com seres vivos e estudos clínicos; na manutenção dos mais de cem biotérios; nos estudos de longo termo ou com ensaios que devem ser realizados em datas predeterminadas; nas atividades de suporte técnico e administrativo aos projetos de pesquisas essenciais; entre outras.

O tamanho e a diversidade de nossa Universidade não permitem que tomemos medidas apressadas, especialmente numa situação de pandemia, mas em sintonia com as autoridades sanitárias e sempre procurando garantir a segurança da comunidade universitária.

Assim, além dos colegas mencionados, temos ainda um pequeno contingente de pessoas garantindo o funcionamento da informática (um exemplo disso é que, ontem, domingo, houve um ataque aos dados da Faculdade de Medicina, que apesar de não ser do sistema corporativo da USP, foi imediatamente detectado e combatido pela Superintendência de Tecnologia da Informação), da infraestrutura (eletricidade, energia, água, gás etc.) e das atividades administrativas essenciais, apoiado por um grande grupo de colegas trabalhando em casa.

Com esse panorama, solicito encarecidamente aos dirigentes que procurem reduzir o número de pessoas trabalhando presencialmente, sem riscos maiores à manutenção das atividades básicas e aquelas acima descritas. Neste caso, sem burocracia, basta enviar a lista de funcionários liberados para o registro do Departamento de Recursos Humanos (DRH) por e-mail. A qualquer momento, se o dirigente concluir que mais funcionários podem ser dispensados da atividade presencial, basta efetivar a decisão e comunicar ao DRH.

Para o caso dos serviços terceirizados, solicito que o dirigente, em conjunto com o Administrador do contrato, tomem as providências necessárias, como mencionado no documento da Codage, para garantir as atividades que julgarem essenciais ao funcionamento básico da Unidade/Órgão e à sua segurança.

Aos funcionários que estão realizando atividades presenciais, mesmo os da área da saúde, solicito que continuem registrando a presença. Solicito, ainda, mesmo com os campi vazios, com número muito pequeno de frequentadores, não se descuidarem das medidas de prevenção e segurança pessoal.

Aproveito para tranquilizar os estudantes que permanecerão nas residências estudantis informando que a Superintendência de Assistência Social (SAS) tomou as providências quanto às refeições e criou canais de comunicação para facilitar a interlocução com os moradores.

Concluindo, como circulado nas redes sociais, acredito que essa situação terrível do coronavírus demonstra que a universidade pública de pesquisa de qualidade é imprescindível para combater as adversidades e ajudar a sociedade neste cenário tão difícil.

Neste momento muitos buscam as universidades e os centros de pesquisa à procura de toda sorte de informações, exames, infraestrutura, conhecimento e de uma solução para o problema. A USP está contribuindo em todas essas frentes, como já o fez em outros momentos, com agilidade e respeito à sociedade. Além disso, continuará trabalhando para auxiliar a sociedade no enfrentamento da epidemia da covid-19.

Reforço os meus agradecimentos a toda a comunidade e espero revê-los num futuro não muito distante.

Abraços,

Vahan Agopyan, reitor da USP

23/03/2020

 


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